quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

O sonho bonito que eu sonhei


Voltar a desenhar tem sido difícil, mas aos poucos a gente vai voltando,
como os primeiros raios da Aurora, vão surgindo bem devagar no horizonte.

Acho que a gente encontra força nas belezas que a gente vai vivendo, e esse mês que passou foi assim

Novembro foi tão bom que eu queria que ele durasse pra sempre.
Foi como um sonho.

Meu querido doce Novembro, "foi você o sonho bonito que eu sonhei"


Rosa ou Azul?

É... Eu sempre achei que o vestido terminava rosa...

domingo, 9 de outubro de 2011

Por favor... Desenha-me um carneiro?




Ele me pediu. Uns dias atrás ele, o pequeno, me apareceu e me fez um pedido: "Por favor... Desenha-me um carneiro?" Não dá pra recusar um pedido tão sincero e bonito como esse. Ainda mais vindo de um príncipe, tão pequeno e tão bonito. Eu disse: "Desenho sim, me dá uns dias que eu desenho. Já faz um tempo que estou querendo voltar a desenhar, sabe pequeno... Eu gosto e me faz bem, e atender esse seu pedido vai deixar a ti e a mim, ambos felizes. Prometo que farei o mais bonito dos carneiros para ti." Eu disse e cumpri. Esse é o mais bonito dos carneiros. E é seu. Pois é, olhei pro céu agora há pouco e pensei, sabe, eu nunca sei se o carneiro comeu a rosa do princepezinho, eu olho pro céu e não sei o que pensar. Se rio ou se choro. Eu ia falar da Rosa dele aqui também, mas acho que hoje não é dia de falar de Rosa, nem de Raposa. Porque a frase da Raposa: "Tu te torna eternamente responsável por aquilo que cativas", é uma frase perigosa. Perigosa de se acreditar e perigosa de não se acreditar. Porque o afeto é perigoso e as rosas também. Você não vai me entender muito bem hoje, e é assim que eu quero. Porque eu não estou aqui pra que você me entenda, eu estou aqui para presentear um príncipezinho com meu desenho, que é de coração. Como é tudo que eu desenho. Eu sou responsável por aquilo que eu desenho, nisso você pode acreditar, sem dúvidas, e eu também. Olha pro céu agora, ele está lá em algum lugar, com ou sem rosa (quem sabe?), mas com certeza está feliz porque ganhou o carneiro mais bonito do mundo, de todos os mundos. E isso hoje me fez sorrir.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Fotografetos







Feitos com máquina analógica em 2009.
Só os revelei agora.
Porque eu acho que certas revelações tem um tempo a ser respeitado.

(não conseguindo escrever nada que fique bom agora)

domingo, 15 de maio de 2011

"Ah, tipo, Coraçãozinho, Ésse Dois, Ésse Dois"

Às vezes a rosa é branca e a gente fica tentando pintá-la de vermelho.
Nunca dá certo.


O Dois, o Cinco e o Sete tentaram isso e perderam a cabeça.
Literalmente.


A Rainha de Copas mandava cortar a cabeça de qualquer um, por besteira.

E eu fico aqui imaginando o porquê dela querer tantas cabeças?
Eu acho que ela sentia falta de uma cabeça pra ela,
talvez pra conseguir dominar um pouco seus sentimentos que estavam sempre a flor da pele,
(e a flor da pele era uma rosa, que tinha que ser vermelha,
ela tinha, porque tinha, que ser VERMELHA!)

e se plantassem uma branca no lugar... Off with the heads!

É Rainha, às vezes, rosas brancas é tudo que temos pra hoje.

Você pode cortar quantas cabeças quiser,
as rosas brancas vão continuar brancas.

Mesmo sendo a Rainha do Desejo,
o desejo por si só, às vezes, não muda nada.

Um Camelo, num deserto, me disse assim:
"toda dor repousa na vontade
todo amor encontra sempre a solidão"

Isso parece melancólico demais,
deixa pra lá essa parte do amor.
Acho que a mensagem é:
Se você quer flores vermelhas, plante-as você e tenha paciência.
Talvez elas nasçam, talvez não.

E todo desejo, seja ele saudável ou não,
vem de uma falta, uma vontade.

(de vida; ou de morte)

vidamorte





Eu sei, destruir às vezes parece o único jeito de começar de novo.

Destrua as coisas certas.
Certas escolhas são irreversíveis,
como sangue jorrado que nunca volta para as artérias.

Me lembrei do espantalho de Oz, que preferia um cérebro.

"Ainda assim — comentou o Espantalho — quero é um cérebro.
Um bobo não saberia o que fazer com o coração, mesmo que tivesse um."

Sabe o que um bobo sem cérebro faz com um coração?













É...

Às vezes eu acho que escrevo muito, devia ficar apenas nos desenhos.

sábado, 9 de abril de 2011

Abstrações


Terrenos

Fiz essa pintura em cima de uma outra antiga.
Cubri uma antiga tela e os afetos que estavam nela, também antigos.
A gente tem relevo também,
falhas e saliências;
erosões, terremotos, erupções...
Como se muda uma montanha de lugar?
É mais fácil na tinta do que na carne.





Heaven

Eu pintei porque estava cansado de falar e não dizer o que eu queria dizer.
Eu estava precisando de dizer.

Paraíso é dentro, nunca fora.
Paraíso é lugar que existe sim, paisagem interna.
Paraiso é respiro em cor.
Pára isso!
Paraíso só existe porque existe o Inferno.
(Você já se deu conta disso?)

O Inferno são os outros, o Inferno é você, o Inferno sou eu.
O Inferno somos nós, baby.
O Paraíso também.

Eu acredito em anjos, você também?
Anjo tem nome?
Uma vez eu conheci um anjo que se chamava Magali.

Eu sei, você vai falar, "Isso lá é nome de Anjo?"

Mas uma vez eu também achei que tinha conhecido anjo, com nome de anjo,
não sei se era anjo mesmo,
mas foi embora também.

Quando um anjo abandona o céu ele vira um demônio.
Quando ele abandona uma pessoa ele vira o quê?
Acho que ele vira humano.

E quando uma pessoa abandona a si mesma?
Aí vira o inferno.
É burrice, baby, eu sei.
É burrice mas a gente faz de vez em quando.