quarta-feira, 29 de julho de 2009

Delirium

A Del.
(A pedido da Pri)
Entre peixes e borboltas estrelas no olhos.
"Diz-se que ela cheira a suor, vinho azedo, noites tardias e couro velho. Ela tem um olho azul e o outro verde, salpicado de estrelas, e desta forma vê o mundo de sua própria e única visão."
Talvez a minha preferida, apesar de gostar muito da Death também.
Vou acho q vou tentar fazer o/a Desejo agora.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Despair





Uma amiga me deu um livro, "Dream Hunters"...
Ler Neil Gaiman/Sandman é uma sempre uma aventura bonita.
Você acaba visitando todos os Perpétuos/Endless.
Mas hoje quem me visitou hoje foi ela, Despair,
Na noite fria de neblina, a casa estava escura e lá fora era cinza esverdeado,
ela me fisgou e tirou meu sono e meu sossego.
Agora tenho que evitar olhar no espelho porque é lá que ela vive, com seu anel de gancho e o olhar desolado.

Ela é irmã do/da Desejo.
E é mesmo.
E eles são parecidos e diferentes como só irmãos conseguem ser.
O Desejo é Morango
e ela é Mofo.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

des-caminho

Ler cartas (ou e-mails) antigos é como andar sobre sua pele morta, sobre os corpos que você foi deixando no caminho.
Não parece você, mas foi você,
Eu fui assim? Eu disse isso? Eu pensava assim?
Pele morta dá um pouco de asco e nostalgia.
É tão inevitável (quanto inútil) pensar em como as coisas poderiam ser diferentes se a gente simplesmente tivesse escolhido diferente.
Um sim, ou um não, ou mesmo um talvez...
poderiam fazer toda a diferença.
Não que eu fique me lamentando por não ter sido de outro jeito, mas a simples possibilidade de existência de futuros completamente diferentes e imprevistos chega a ser sufocante, ou apavorante.
E não sinto isso só com relação a mim mesmo, mas aos outros também.
Os outros também não eram os outros, eram outros corpos, outros gestos, outras falas, outros corações.
Sempre me deixa ansioso rever o passado, ou antever o futuro. Começo a ficar sem paciência, pulo linhas, ignoro palavras, não tenho o fôlego para relembrar tudo...
E depois da viagem aos passados e futuros incertos, volto um tanto confuso e perdido pro meu presente imperfeito, sempre faltando um pedaço.
(que eu não lembro se o perdi ou se nunca o tive mesmo.)
Vem um frio na barriga, um gancho no peito, um desassossego.
Como se mesmo voltando, eu ou algum pedaço muito importante meu continuasse perdido em algum passado ou futuro im-possível.
Como se eu, ser, no agora, fosse-me impossível... ou impassável
ou mesmo impassível.
Impostor.
É que eu não sei diferenciar se é hora de ir ou hora de voltar.
Ultimamente eu tenho é descaminhado.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

De Morangos




"Let me take you down
cause I'm going to strawberry fields"
Há dias essa música na cabeça e o desenho na ponta do lápis esperando para arranhar o papel.
E hoje foi dia de morangos, apesar de eu não ter pedido aquele cheesecake do America que coçou a lingua e deu água na boca.
E além dos Besouros, lembrei de outro artista que falou de morangos,
(mas os deles eram mofados),
Caio Fernando Abreu,
eu não li o livro inteiro, um dia eu leio,
hoje não, você era parecido com ela, a Clara Lis no Peito.
Ela que também falou deles: "Não esquecer que por enquanto é tempo de morangos"
Mesmo longe ela me encontra, mesmo quando eu fujo dela ou a escondo na prateleira.
Sabe o que é Clarice, é que estou com medo, estou com muito medo da hora chegar, da hora da estrela.
Eu lembro das partes mesmo não querendo lembrar ("quem sabe se ela não estava precisando de morrer? porque as vezes a gente está precisando de uma mortesinha e nem mesmo sabe.")
Não. Hoje não pra você também.

-suspiro-

"Quem me lê assim que leve um soco no estômago.
A vida é um soco no estômago"
...
"It's getting hard to be someone "
...

E os outros já falaram tanto deles (morangos) que eu não tenho mais o que dizer.
a não ser:
a.mor.a.ngos
E hoje eu assino também com o nome inteiro (ou o que me interessa dele).
Apesar dos Morangos serem vermelhos.
"Living is easy with eyes closed "
Ai, um pouco antes de postar aqui, ouvindo musica achei esse texto de outro cara que também faz parte dessa minha turma, os morangos também estão ai para quem enxergar:
"O amor é o ridículo da vida.
A gente procura nele uma pureza impossível, uma pureza que está sempre se pondo.
A vida veio e me levou com ela.
Sorte é se abandonar e aceitar essa vaga ideia de paraiso que nos persegue,
bonita e breve, como borboletas que só vivem 24 horas.
Morrer não doi."
Cazuza


sábado, 11 de julho de 2009

De Doces, Azedos, Vovós e Lobos


biZarro: eu tinha feito esse desenho um mês atrás, só a lápis, durante uma aula da faculdade, tinha recebido um e-mail sobre um concurso de ilustração de contos infantis... deixei de lado para colorir ou mexer nele depois e ele se misturou à bagunça do quarto... ai, por esses dias, eu achei.
Resolvi dar um trato no photoshop e queria postar aqui, mas só agora quando estou de fato postando ele no blog é que eu percebi a sincronicidade da situação...
O Lobo mau da história da chapeuzinho não tinha nome, ele era só "Lobo Mau", o que já tornava ele bem assustador.
Mas aqui na minha história o lobo tem nome e sobrenome,
se chama: "Dr. Câncer D. Pulmão".
Mas pra falar a verdade e nunca entendi muito bem essa história, ela era muito confusa e tinha muitas versões. O lobo comia a vovó ou ela se escondia no armário... não, ele comia a velhinha!
Só depois, no final, chegava o lenhador e tirava ela da barriga do animal...
Também sempre ficava indignado com a burrice da Chapeuzinho! Como ela não percebia que quem estava alí era o lobo e não a avó dela??
Que olhos grandes, que orelhas compridas, que boca enorme...
Era quase como se ela não quisese enxergar que a avó tinha sido engolida e na verdade ela, Chapeuzinho, estava cara-a-cara com um Grande Lobo Mau e Peludo.
Eu entendo melhor a Capeuzinho agora.
Ela estava encarando a Morte.
Queria conseguir ser mais como o Lenhador e menos como a Chapeuzinho.
Mas eu não tenho nenhum machado, só lápis, papel, photoshop, internet e poesia.
Ainda sim eu queria poder levar doces para ela.
Os mais gostosos, os mais saborosos, açucarados e apetitosos doces.
Pela estrada a fora.
o caminho é deserto (desert)
(e eu queria que fosse desserto, do inglês "dessert", sobremesa)
Uma letra "s" faz toda a diferença.
Transforma deserto em desejo.
Agora não estamos na estação dos "esses", eles estão em falta.
ai a gente tentar substituir os "esses" por "zês": z, z, z;
Os pudins, bolos, brigadeiros viraram: pundinz, boloz, brigadeiroz... todoZ aZedaram
O único 'Zê" que não azeda é o dela:
vovoZinha.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Felicidades Proibidas

Há épocas em que a felicidade fica meio que proibida, ou interditada, ou escondida, não sei.
você procura onde ela costumava estar, mas ela fuigiu.
Elas são assim, as "felicidades", nômandes, mutantes e um pouco sorrateiras
("clandestinas" dizia a Clarice)
Sempre querendo que a gente corra atrás delas não importa onde se esconderam, se debaixo do nosso nariz ou na casa do infinito.
As minhas eu sempre achei debaixo dos passos de dança e entre as melodias de algumas músicas.
Mas parece que até de lá elas fugiram.
Ou viraram qualquer coisa que não felicidade.
Viraram fugas, desculpas, raspas e restos que não interessam a ninguém.
Nem a mim que já cansei desse lenga-lega de procurar "felicidades" no escuro.
Está escuro, dias escuros, por fora e por dentro.

Lista de 3 coisas que deviam ser proibidas:

-Vovó doente

-Dor de dente

-Não ter carinho, mas estar carente