terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Fênix


Ela é a mutante mais poderosa do universo
(mais poderosa até que a minha querida Vampirinha)

Com um simples pensamento ela consegue criar ou destruir... galáxias.

É o grande amor da vida do Wolverine.
Aquele tipo de amor que arranca de dentro da gente o melhor que nós temos,
 e nos faz mostrar isso pro mundo. 
Isso é um grande amor da vida de alguém 
O grande amor de Além.

E achar o melhor do Wolverine é bem difícil porque ele mesmo diz
 que ele é o melhor no que faz, mas o que ele faz não é nada bom...

Eu acho que a Famke Janssen está especialmente bem no papel de Jean.
Tão bonita.
E de tempos em tempos eu tenho vontade de desenhá-la, 

A Jean é doce, forte e se sacrifica pelas pessoas que ama.
A entidade cósmica Fênix a escolhe por isso e entra em seu corpo,
e aí ela fica possuída por essa divindade, que pode criar ou destruir sistemas solares inteiros.

A Fênix pode ser má,
 uma Fênix Negra, 
de desejos e impulsos contidos, reprimidos, sufocados,
e aí ela machuca e destrói,
destrói até quem ela ama,
destrói o Ciclope,
destrói o tonto do Wolverine que mesmo quase morrendo ainda continuava indo até ela,
caminhando em sua direção.
A primeira vez que vi essa cena meu coração parou,
era eu ali, caminhando em direção a um amor que me matava.

Isso foi há muito tempo...


E você achando que X-Men não tinha nada a ver
 com Where The Wild Things Are.
O amor vira um monstro quando não tem pra onde ir, 
Onde vivem os Monstros?
Onde vive a sua Fênix Negra?

A Fênix é a dualidade humana de você ora machucar 
 e ora se sacrificar por quem você ama
Todos temos isso,
e isso que a torna tão bonita e tão real,
 tão monstruosa e tão humana.


Eu acho que a beleza da Fênix é isso,
ela vive, e cria, e mata, e morre,
e depois nasce de novo, cria de novo, mata de novo e morre de novo.

Muitas vidas numa só.
O renascer é o que nos permite morrermos diversas vezes por diversos motivos, 
e ainda sim continuarmos vivendo.
Todos temos nossos cemitérios
Pequenos Apocalipses
Pequenas mortes

A morte da minha avó me matou.
O namoro que acabou me matou também.
E depois daquele período zumbi/cadáver,
 a gente toca fogo na gente mesmo
 e se permite renascer
pra ver outras coisas nascerem, e outras coisas morrerem.
Não acaba nunca,
 nunca.

Todos temos nossos cemitérios, mas temos também nossos berçários
Morrer é bom, te deixa nascer de novo.
A gente pode morrer plebeu e nascer Príncipe

(Com um simples pensamento ela consegue criar ou destruir,
 nós também)

Há pouco tempo eu sonhei que tinha uma tatuagem de fênix (a ave), toda em linhas de contorno,
  bordada em espessura grossa com linha azul por todo o meu corpo.

Eu acho que era um jeito de dizer pra mim mesmo
 que eu estava muito forte
e estava renascido.


Podem ser só reinações minhas, 
mas afinal,

a gente pode morrer monstro e nacer Rei.

domingo, 29 de janeiro de 2012

Pesadelo

Ontem eu tive um pesadelo.

Não lembro muito
tinha uma roseira
vermelha
cheia de rosas
vermelhas
E aí uma mulher estranha
que falava estranho
e andava estranho
morria em cima da areia
perto da roseira
E chamava Maria
Maria, mãe de Jesus
E o sangue
vermelho
escorria pela areia
e encostava na roseira
vermelha

La perto eu passeava junto com uma amiga
Priscyla
E eu sabia que assim que a gente virasse a coluna perto da roseira
a gente ia ver um fantasma
de uma garotinho, japonês
Eu queria mostrar pra ela o fantasma que eu sabia que ia ver
Mas quando a gente virou e eu ia olhar em direção ao fantasma
eu acordei,
na minha cama na minha casa
sem conseguir me mexer
nem falar, nem gritar

Eu tentei gritar e não conseguia
Tentei me mexer e não conseguia
E ai eu fui tentar contar quanto tempo eu ia ficar daquele jeito
(porque isso já me aconteceu antes)
mas não consegui contar também os números pareciam que não se sustentavam na minha mente

Aí eu acordei de novo,
e ainda paralisado fui forçando o grito
até ele conseguir sair
Eu gritei
ouvi um barulho de alguém na sala mas ninguém veio
Gritei de novo e ninguém veio

Levantei e abri a porta e não tinha ninguém na sala

Bebi água

Deitei, com medo de dormir de novo.



domingo, 22 de janeiro de 2012

A Baleia Branca e Coelho Branco


Ruídos.
Eu terminei de ler "Drácula", de Bram Stolker,
 que eu estava lendo há um bom tempo,
a história é bem escrita,
o filme é bem melhor.
E o que tem de diferente entre o filme e o livro
 foi o que tornou esse filme um dos melhores filmes que eu já vi,
um monstro movido por amor e não por maldade,
acho que esses monstros são os mais perigosos. E assustadores. 
Porque eles assustam pra valer e eles existem de verdade,
o que os mobiliza é também o que nos toca profundamente:
o coração.
Por isso a gente se comove, se identifica.
Já falei disso antes, e nós já temos a resposta, 
"Onde vivem em monstros?"

Eles vivem em nós.

Monstros movidos por amor.
Amor ao que? Eu não sei.
É que também estou com monstros e reis na cabeça.
Reis de que? Eu também não sei.

I´m a boy, pretending to be a wolf, pretending to be a king

Ontem eu li "Sinal e Ruído" do Neil Gaiman, 
é um livro bom, sobre Apocalipse, sobre os pequenos apocalipses

A mortalidade é algo difícil de encarar. 
'Aquilo que não nos mata nos fortalece' Pode até ser.
 Mas o que nos mata nos mata, e isso é dureza...

É, e isso é dureza.

O mundo sempre está acabando para alguém

e eu senti que precisava sair de casa e desenhar,

Na verdade não é nada disso,
 o livro é sobre criação

Sobre o ato de criar e como ele é importante,
para (dar uma ilusão de) organizar o caos,
para tratar,
para salvar vidas, 
acho que mais para salvar almas do que vidas.

Aí o próximo (grande) livro que eu quero ler é Moby Dick.
Porque na minha pesquisa, que é só minha, 
acredito que a busca de Alice pelo seu Coelho Branco tem,
 ou pode ter,
 muito em comum com a caça de Ahab à sua Baleia Branca,
ou não.

Eu estou aqui tentando descobrir qual é o meu coelho branco e qual a minha baleia branca.
E você está aqui de curiosidade, talvez procurando seu coelho também, ou sua baleia.
Sinto muito. Eu duvido que vá encontrá-los por aqui. 
E eu não vou te dar um mapa, porque eu não tenho.
Sabe, essas coisa não são o tipo de coisa que tem um mapa que serve para todo mundo.

Eu só tenho os meus mapas, que eu desenho, para mim,
e que fazem os sentidos que fazem só para mim.

Eu posso, inutilmente, te dar o meu mapa, que foi o que eu consegui desenhar/organizar ontem:



Você vai olhar e vai pensar 
"É só um desenho bobo, um raio-x de uma baleia que engoliu um coelho."

Pois é, é só um chapéu, não uma cobra que comeu um elefante.

E você nunca vai saber, ou se interessar sobre como o coelho foi parar lá, se ele está lá porque ele quer, se ele se chama Jonas, se está atrasado, se está feliz, se conseguirá sair da baleia, se a baleia é sua amiga, 

(qual é o som da sua voz, quais brinquedos ele prefere, se ele coleciona borboletas)

Perguntará apenas se está vivo. 

As pessoas grandes nunca fazem as perguntas certas.
Nunca se informam do essencial.

São assuntos reais esses, 
reais não de verídicos, mas de realeza,
 assuntos de reis e seus monstros,
 e príncipes e seus desenhos.

É possível ser ao mesmo tempo 
Rei, Príncipe, Coelho, Baleia, Monstro, Alice, Ahab, Drácula, Cavaleiro do Apocalipse, Amor ...
de alguém ou de alguma coisa.

I´m a boy, pretending to be a wolf, pretending to be a king

Parece que vai tudo se juntando numa coisa só,
Sinal e Ruído,
não existe ruído.

"Tudo tem significado.
Até aquilo que não significa nada.
Como o ruído que você ouve quando troca de estação em um rádio velho.
São padrões. Ou seriam caso as pessoas soubessem decifrá-los. 
Não existe ruído."

Não existe ruído.