quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

WOLVIEU

Pra combater o inferno astral
e acabar com ele de vez!
autoretrato com alegoria, trabalho pra faculdade, aula do Latorre.


feito em pastel seco

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Cinderela

Esse vestido é do Christian Lacroix, tirei a foto (proibida, aliás) numa exposição que fui há um tempo.

Achei ele tão lindo que quis fazer um desenho.

Gosto muito de belezas que inspiram.

domingo, 18 de outubro de 2009

"A saudade é Brigitte Bardot"

A frase é do Zeca Baleiro.
A saudade é minha.
A imagem é dela.

(achei essa fot na internet: Brigitte & Alain Delon)
O resto é photoshop e afeto.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

De amoras, amores e mortes

De alguma forma elas estão sempre perto,
olhei pro chão e elas estavam lá;

pequenas e (quase)insignificantes
como os pequenos amores;

perigosas e contaminantes
como as pequenas mortes;

(como se chama algo que pode manchar outra coisa tão fácil e intensamente?
o chão e tudo que elas tocavam ficou de um roxo profundo,
púrpura do luto,
sangue venoso.

Elas estavam no chão,
E juntei algumas num canto.

(Tinham de muitas cores, como os amores,
cada uma no seu tempo, na sua cor
as maduras, as verdes, as vermelhas, as roxas, as pretas)


Mas todas estavam lá no chão, como nas mortes,
ritmos diferentes não importam, quando chega a hora de cair do galho,
simplesmente chega,
não faz sentido mesmo.
Simples assim.
E é essa falta de sentido e essa simplicidade que assusta tanto.
(E também assusta porque os amores são do mesmo jeito, não fazem sentido)

Estava confuso.
as amoras estavam lá como amores
as amoras estavam lá como amortes
as amoras estavam lá... como?
Como?
Digerir mortes?
Esfomear amores?
Comer vidamorte?
(saudade é fome que não passa comendo, é fome de presença)


Mas eu percebi que elas são mais como os amores do que como as mortes...


...as mortes não podem ser pisadas.





.


quinta-feira, 10 de setembro de 2009

AMORes cAídos

Ontem choveu muito.
Hoje a calçada ainda estava molhada,
Caidas no chão, as pequenas amoras faziam roxas poças de sangue venoso.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

CORações

Hoje eu li o um poema do João Cabral de Melo Neto, chamado de
"O cão sem plumas",
Mas que diabos é um cão sem plumas?
Um cão sem plumas
é quando uma árvore sem voz.
É quando de um pássaro
suas raízes no ar.
É quando a alguma coisa
roem tão fundo
até o que não tem).
Foi um poema bonito e estranho,
que apareceu sem que eu o chamasse,
ele falava de um rio, o rio que era como um cão sem plumas, e esse rio...
.
Ele tinha algo, então, da estagnação de um louco.
Algo da estagnação
do hospital, da penitenciária, dos asilos,
da vida suja e abafada
(de roupa suja e abafada)
por onde se veio arrastando.
E eu queria colocar uns pedaços desse poema aqui,
pra registrar, porque a vida anda espessa como aquele rio,
que parecia um cachorro,
que não parecia com os rios que estão nos mapas,
como a vida não parece com aquilo que se fala dela.
Aquele rio
saltou alegre em alguma parte?
Foi canção ou fonte
Em alguma parte?
Por que então seus olhos
vinham pintados de azul
nos mapas?
E anteontem antes de dormir eu comecei a desenhar muitos corações num papel,
porque são muitos afetos que estão sendo,
e nem todos podem ganhar a expressão.
Muitas cor-ações que só podem ser ações no papel.
Os afetos estão espessos.
Na paisagem do rio
difícil é saber
onde começa o rio;
onde a lama
começa do rio;
onde a terra
começa da lama;
onde o homem,
onde a pele
começa da lama;
onde começa o homem
naquele homem.
Onde começa o homem/naquele homem?
(Difícil é saber se aquele homem já não está mais aquém do homem; mais aquém do homem...)

Como todo o real
é espesso.
Aquele rio
é espesso e real.
Como uma maçã
é espessa.
Como um cachorro
é mais espesso do que uma maçã.
Como é mais espesso
o sangue do cachorro
do que o próprio cachorro.
Como é mais espesso
um homem
do que o sangue de um cachorro.
Como é muito mais espesso
o sangue de um homem
do que o sonho de um homem.

Porque é muito mais espessa
a vida que se desdobra
em mais vida

Aí hoje eu descobri como usar a ferramenta de vetorização automática do Illustrator,
e queria testar, testei nos corações, vetorizei todos.
Eles viraram todos órgãos e sentimentos que podem crescer e diminuir,
sem alterar suas propriedas,
sem ficarem estourados,
afetos vetorizados,
(talvez para ficar mais fácil de saber:
Onde o coração,
onde a cor..
onde a ...ação

Se o que eu digo aqui já não faz mas sentido, você me desculpe,
é que hoje eu recebi a visita de um certo Senhor João,
SR. JCMN,
e também fui visitar um certa senhora,
que não anda passando muito bem,
está com o o peso do espessamento da vida,
chegando ao limite.

Cor-Ação fora de ritmo.


(E para ela e para nós, fica difícil também saber:
Onde o corpo
onde o pensamento,
onde a doença,
onde a vida,
onde o ser...

E gosto muito dessa senhora de que falei,
por isso ando aqui,
como você bem vê,
um tanto confuso,
Entre tantos corações espessados,
entre as artérias e veias de afeto,
que fluem com rapidez e vagareza,
sempre mais devagar ou mais rápido,
arritimados.

E eu gostaria de ajudar,
Arteriar,
remover as veias de angustia
enchertar artérias de carinho
espessar o leito do rio,
para torná-lo menos frágil,
para que o encontro com o mar não seja tão dolorido.

E se você reparar vai ver que os olhos dela são da cor que o rio tem no mapa,
aquele azul que o João disse não ser dos olhos do rio,
é dos olhos dela,
e mesmo que longe,
(olhando algo que eu não sei o que é)
eles são e vão sempre ser os olhos mais bonitos que eu já vi na minha vida.
Me lembram o mar que eu amo tanto,
e as cartografias que atravessam o viver.

A Saudade é Salgada.
A gente bebe, mas não mata sede.
A Saudade é espessa.
Acho que é a coisa mais espessa que existe.
Ela não cabe em palavras, nem no peito, nem no tempo.
(ela não cabe em lugar nenhum)

terça-feira, 1 de setembro de 2009

DESEJO / DESIRE

Eu já tinha desenhado, mas ainda não tinha postado.

é o irmão/irmã gêmeo de Despair.
Em Sandman o Neil Gaiman fala dela/dele de maneira ambígua, sem definições.
O verbo do Desejo é querer.
E é ele que move a vida.
Ele pode ser real, necessário, mas também pode ser uma ilusão supérfula e artificial (na qual fizeram você acreditar).
o ideal é que você desejasse apenas aquilo que lhe é essência à vida, mas até você descobrir o que é esse "essencial", você já ter tido milhares de outros de desejos des-necessários que podem ter feito você se perder do que realmente queria.
No mundo de hoje se você não deseja nada, você não é nada.
Ma sé no mundo de hoje o desejo foi desviruado para as superficialidades.



Mas Desejar e ser são na prática a mesma coisa.
É a maneira mais básica e primária como o ser se manifesta no mundo.instinto.
As pessoas amadas são as "queridas".
Coração devia se chamar Queração.

sábado, 29 de agosto de 2009

Sutilezas

Se a gente toca o cotidiano (ou a sutileza que fica
escondida dentro dele) pode sair muita coisa:
suor, lágrimas, saliva, sangue.
Sempre achei que a vida é feita de pequenezas.
o peso de uma camisa suja de final de dia de trabalho.
o cheiro de um vestido vermelho.
o incolor da máscara que a gente guarda no final do dia.
as caixas de música que nunca vamos ganhar.
(ou a música que estava na nossa cabeça e de
repente começa a tocar na radio... de presente)
A presença da solidão como uma boa amiga,
e as vezes, a amarga também.

Foi inspirado no texto da Audrey Carvalho Pinto, do blog “Blá”:
http://onlyitall.blogspot.com/2009/08/who-is-it-forwhat-does-she-care.html
Recomendo o blog viu, textos bem intensos e sensíveis por lá...

domingo, 23 de agosto de 2009

Eram gigantes?


...ou eram só Moinhos de Vento?
Alguma coisa de São Jorge nesse Dom Quixote (ou o contrário).
Dragões Gigantes ou Moinhos de Vento na Lua.
Dulcinéia ou a Lua, damas ou taberneiras.
ou então, simplesmente:
De como permitir a loucura no cotidiano pode tornar a vida mais possível
(e mais engraçada também, já ensinava o mestre Chaves):




"Sancho, dê-lhe quatro dobrões!"

quinta-feira, 13 de agosto de 2009